10/01/2017

Humanização do papel escrito

Mote em sete sílabas poéticas 
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente. 

Por extensão (como humanização da escrita"), poderia ser outro mote assim: 
"em todo lugar escrito,/ 
vejo a presença de gente". 

Sumário
1 Motivação e objetivo
2 Formas e conteúdos 
3 “As palavras voam, os escritos ficam.”
4 A letra revela a alma.

1 Motivação e objetivo

a)  Provocação

A vontade de escrever
este mote, em mim, nasceu
quando desapareceu
um texto que eu ia ler.
O responsável vai ser,
deste “modo diligente”,
advertido igualmente
a um relapso predito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente. 

b)  Objetivo (deste mote)

Gente boa, gente ruim —
a muitos farei menção,
sem fazer comparação
com Abel ou com Caim.
O objetivo, pra mim,
deste mote pertinente
é falar “humanamente”
pra leigo, pra erudito:
em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.

c)   Invenção do papiro[1]¹
Perto de quatro mil anos,
antes da Era Cristã,
realizou-se o afã
que o Homem tinha nos planos.
Os egípcios foram lhanos[2]
inventores deste ente:
o papiro, historicamente,
foi criado no Egito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente. 

d)  Visão solidária

Se vejo um papel, voando,
que, por certo, está em branco,
não minto; sou muito franco:
não me fica preocupando.
Mas, se o chão, estou olhando
e vejo um papel cadente
— escrito —, é diferente;
eis a frase que recito:
em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.

2 Formas e conteúdos 

a)  “Captei a vossa mensagem.”

Tanto para quem escreve
quanto pra leitor também,
a todo escrito, convém
ser claro como é a neve.
A “mensagem” sempre deve
ser viva, bela e decente
pra se tornar atraente
ou desmascarar um mito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.

        b) Titulação
Sinto quase uma “paixão”
pela escrita no papel.
Meu título de bacharel
passa por tal sensação:
certifica a formação
do meu trabalho discente;
como no corpo docente,
no “diploma”[3], eu acredito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.

3 “As palavras voam, os escritos ficam.” 

a)  Comparação com a fala

A “fala” não se compara
com a palavra “escrita”,
porque nesta se acredita
e a fé naquela é mais rara.
A letra não se mascara,
pois é bem mais transparente
do que uma voz fluente
por microfone bonito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente. 

b)  Permanência de um conteúdo
As palavras são “furtivas”;
não se guardam na memória;
por sua veia simplória,
quase nunca ficam vivas.
As letras são mais cativas;
“relembram” o que a alma sente.
De qualquer pessoa ausente,
seja impresso ou manuscrito,
em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente. 

4 A letra revela a alma.

a)  Grafologia

Por meio da escrita à mão,
forma-se a “caligrafia”;
e pela Grafologia,
tem-se da mente a noção.
Fazendo essa conjunção,
dou a regra pertinente:
“a letra revela a mente;
e a escrita, o que foi dito”.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente.


        b)  Utilidade
Quando uma pessoa escreve,
revela seus sentimentos;
expõe os seus pensamentos
de modo profundo ou leve.
É pessoa que se atreve
a enfrentar ambiente,
para se tornar presente
em qualquer área de atrito.
Em todo papel escrito,
vejo um pedaço de gente. 

¹ Papiro (substantivo). Folha para escrever e/ou pintar, feita de tiras cortadas dessas hastes, umedecidas e batidas, e geralmente polida após a secagem [Criada pelos egípcios, foi o principal suporte da escrita na Antiguidade.] Por extensão, manuscrito antigo, gravado sobre essa folha. (HOUAISS).
[2] Lhano (adjetivo): movido pela franqueza; sincero, verdadeiro; em que há simplicidade, naturalidade; singelo, despretensioso; que se caracteriza pela amabilidade; afável. Ex.: gesto lhano. (HOUAISS).
[3] Diploma de profissão, certificado de curso e outra forma de comprovação. 

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