01/05/2018

Rio cheio e meu poema

De certo modo, o meu poema, bem assim o texto em prosa (que eu faço), é feito como um rio que se enche de água da chuva, caindo aos pingos soltos e em muita quantidade, em qualquer lugar onde estou.
Depois de serem juntas as gotas e postas em ordem (no canto certo) — sob a tempestade das ideias ou a calmaria dos pensamentos , formam a nascente (que é a introdução textual), o leito ou curso d’água (que é o desenvolvimento da obra em capítulos) e a foz ou desembocadura (que é a conclusão do trabalho com a sua contribuição para o mundo).
Essa é uma ilustração da dificuldade que sinto e do esforço desprendido, na técnica de escrever. Tal sequência reprodutiva estende-se a outras semelhanças e a determinadas diferenças que melhor caberiam em um "ensaio inspiracional maçante", sendo inconveniente aqui. 
Tal comparação é sugestiva para estimular outra pessoa que também sinta bloqueio mental quando escreve — porque sugiro que ela possa achar um jeito criativo com fragmentos e, ao mesmo tempo, composto como esse. Não queira ansiosa que o seu escrito já se apresente logo, de saída, como "um rio cheio de ideias perfeitas"; também seja uma técnica, se não nasceu artista; e mais uma proposta: escrevendo bonito ou não, tente escrever bem.
Com exceção das mentes geniais, existe quase sempre um percurso muito longo a ser percorrido no envolvimento criativo — desde a nascente do "rio textual" até a sua desembocadura no "mar do conhecimento".

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